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A primeira onda da Covid-19 e o rígido confinamento da população em diversos países da Europa na primavera de 2020 (outono no Hemisfério Sul) provaram o papel crucial das tecnologias de informação, da internet, das plataformas e de todas as ferramentas ligadas a elas para manter as atividades diárias. Paradoxalmente, enquanto grandes setores das economias nacionais colapsavam, as empresas digitais viam seus negócios explodirem, bem como seus lucros. E, neste setor, o bolo é divido entre alguns poucos grupos gigantes, principalmente americanos e chineses. Com um poder ascendente, esses gigantes da internet passaram a ser fundamentais para a maioria dos usuários-consumidores de bens e serviços, mas também para um número cada vez maior de autoridades públicas.Nesse contexto, são várias as perguntas sobre as consequências desse poder exponencial e da expansão tentacular desses gigantes: como proteger os dados dos usuários? Como os Estados podem preservar a independência e a soberania em áreas de investimentos massivos dessas Big Techs? Quais regulamentos devem ser previstos para barrar sua influência cada vez maior em um contexto de grande rivalidade entre os Estados Unidos e a China, com a Europa ficando pra trás?O economista Jean-François Soupizet apresenta pontos-chaves para compreender a ascensão dos gigantes da internet e sua interferência no funcionamento do nosso cotidiano; ele mostra como, em diferentes continentes, os Estados tentam, na medida do possível, regular a atividade em uma economia digital e globalizada. Por fim, ele esboça três cenários possíveis para o equilíbrio dos poderes entre esses gigantes e os Estados, e seus eventuais resultados.